O 13º signo e o calendário wiccano





O 13º Signo e o Calendário Wiccano
(Por Ellora Danan)

Muita gente que está estudando wicca se pergunta porque os pagãos têm um calendário de 13 meses com 28 dias cada. Qual seria o 13º mês? E porque 13? Porque não 12 ou 14? O que tem de especial esse número?

Para entendermos a simbologia do nº 13, devemos voltar no tempo e analisar os mistérios que envolvem esse enigma.

Para os antigos praticantes de bruxaria (celtas, druidas, vikings, etc) a divisão do calendário não era
como conhecemos agora. Eles se baseavam na estações do ano e os soltícios e equinócios de cada época correspondente.

Por exemplo, se analisarmos os nomes do dias da semana em inglês, veremos que têm uma influência tipicamente pagã:

Sunday: dia do Sol = Sol e day = dia.

Monday: dia da Lua = Mon (variação de Moon, Lua).

Tuesday: Toad's Day, dia do Sapo (o significado é desconhecido, se crêe que as bruxas comprovavam a gravidez de uma mulher colocando um sapo vivo à vista.
Se a jovem sentia náuseas a gravidez era confirmada).

Wednesday: aqui tem um duplo sentido. Poderia ser Wedding's Day (dia de casamento) ou Wooting's Day (Dia de Odin, deus supremo dos vikings).

Thursday: Thor's Day, dia de Thor, o famoso deus trovão, filho de Odin.

Friday: Frigg's Day. Frigg era esposa de Odin.

Saturday: Sabbath's Day, dia de sabá.

Nosso ano de 365 dias e 1/4 (que seria o ano bissexto cada 4 anos) foi adaptado por um clérigo Italiano chamado Gregorius, no séc 12. Ele teve que disfarçar as festas pagãs de acordo com as festividades cristãs e é por isso que algumas são muito "semelhates", com a diferença de 2 ou 3 dias, cada uma. Por exemplo:

Ostara é a Páscoa, Yule é o Natal, etc. Porém, ele tirou o 13º mês, já que, naquela época, as bruxas eram consideradas portadoras do mal e da má sorte. É daí que provém a superstição do azar do nº 13.

Entretanto, se voltamos no tempo ainda mais, nos supreendemos ao ver que no Antigo Egito, esse número não tinha nada a ver com má sorte ou o mal.

Como é sabido de todos, os egípcios foram praticamente os criadores da base para a astrologia moderna. Seus métodos de analisar o céu até hoje impressionam os arqueólogos mais renomados.

Foi descoberto no teto do templo de Dendera um calendário zodiacal com os 12 signos do Zodíaco
moderno (Áries, Câncer, Touro, etc) e um 13º signo chamado Ofídius, simbolizado pela serpente. Para eles, esse réptil era considerado símbolo da energia solar e de poder. No Zodíaco de hoje, Ofídius foi retirado, já que para muitos, a serpente é um animal maldito. Basta lembrar que foi ela quem "tentou" Eva no Paraíso, segundo as lendas judaico-cristãs.

Porém, para os egípcios, o calendário de 13 signos significava a perfeição do céu. Era divido em 13 casas com suas correspondências zodiacais, formando um círculo perfeito de 360 graus, já que, este calendário era de 360 dias, simbolizando a harmonia entre o céu e a terra, a noite e o dia e os humanos com os deuses.

Entretanto, o mistério não pára aqui. Para essa cultura milenar, seu país era um espelho do céu e o Nilo equivalía à Via Láctea. De fato, como já foi observado por muitos egiptólogos e investigadores, essa idéia presidia na localização, disposição e orientação dos edifícios sagrados.

A maioria das pessoas não sabem, mas, em um determinado momento do ano, no verão, em uma
específica hora da noite, o Nilo, perto da Grande Pirâmide, está perfeitamente alinhado com a Via Láctea (e as três pirâmides com a Constelação de Órion), como se fosse sua continuação. Quem presenciou esse fenômeno, conta que ficou assombrado diante de tal maravilha. Além do mais, o Nilo é o único rio do mundo que corre de Sul à Norte (comprovado cientificamente).

Para os físicos e geólogos, isso é um total mistério, já que todos os rios do planeta correm ao contrário, ou seja, de Norte a Sul. Essa peculiaridade do Nilo só poderia ter sido modificada artificialmente milênios atrás, segundo os científicos. Por quem, por quê e como, não se sabe. Os investigadores somente chegaram à uma única conclusão: que se o Nilo não "funcionasse" assim, a cultura egípicia não teria sobrevivido e prosperado, já que dependiam de suas águas para transporte e alimento.

Enfim, não seria possível atribuir ao "azar" o saber que rege o calendário solar egípcio. Pouco a pouco vamos detectando fragmentos desse legado secreto. Porém, ainda falta completar o quebra-cabeças para decifrar e desvelar o mistério que contêm. Uma mensagem transmitida por uma misteriosa fonte que, por alguma razão, sempre preferiu manter à sombra sua atividade civilizadora ao serviço da evolução do homem.

Bibliografia (vou colocar em original porque não sei se no Brasil os livros já foram traduzidos):

The Secret Chamber, Robert Bauval, ed. Random House, Inglaterra, 1999.

The Crystal Sun, Robert Temple, Inglaterra, 1999.

Brujería Wicca y sus Orígenes, Pedro Palau Pons, ed. Obelisco, Barcelona, 1998.

(Texto de Ellora Danan)